Rezam as relações interpessoais que o tempo é sem valor, não pode ser comprado ou vendido e nem negociado por qualquer pessoa que não seja o seu próprio dono. Não admite atravessadores, gente que possa negociá-lo em seu nome ou tenha a pretensão de se apossar indevidamente. Até podemos dizer que o patrão compra o tempo dos seus funcionários, que recebem uma compensação financeira pela execução de algum trabalho, mas não é desse tipo de tempo que estou falando, é do tempo das relações entre as pessoas, de amor, sangue ou amizade, do que dedicamos a quem desejamos ao lado. Nunca vi qualquer pessoa vender a sua atenção, amor ou dedicação e tenha recebido em qualquer moeda ou espécie de pagamento que não seja falso ou movidos por interesse. Sem contestações, o tempo, nas relações interpessoais, representa o que de mais puro e valoroso sentimento que possa ser entregue para outra pessoa, é a mais pura prova de amor, o tesouro maior. Nessa relação de confiança, não é possível transferir as responsabilidades, não aceitam prepostos, a gente não manda outro no lugar para suprir a necessidade da presença, não aceitam procuração. O tempo, nesse caso, representa dedicação e lealdade e é mensurado de forma diferente entre os indivíduos, alguns dedicam a vida para estar perto de alguém, outros gastam todo ele para se manter afastado. Não sei como gasta o tempo nas suas relações, se está longe ou perto, se fez algum movimento na direção desse relacionamento. Só posso dizer, que algum dia acaba e qualquer que seja a desculpa que o mantenha afastado, não será suficiente para cobrir o ressentimento e o arrependimento quando o tempo dessa relação acabar. Quanta gente morreu e quantos relacionamentos acabaram na espera de um contato mais próximo, de um único abraço, o peão e o rei voltam para a mesma caixa quando o jogo acaba. Nada é eterno e o tempo, é implacável, vai embora, sem avisos.

Déa Corrêa 

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Mulher que é atribulada de espírito

Mulher que é volúvel

Feliz e bem aventurado o homem que tem uma família